Benfica viu o 'cartão amarelo' e está em risco com o Qarabag

 



Adeptos deixaram claro que a equipa de Bruno Lage não tem margem de erro: entrada em cena na fase de Liga da UEFA Champions League é de alta tensão


Tensão alta na Luz. Benfica de Bruno Lage sobre brasas pela primeira vez esta época e somente ao primeiro abrandamento na Liga, mau sinal para quem iniciou a temporada com tantas expectativas como responsabilidade, face ao contexto do clube, que se prepara para eleições e lida com pressões externas que não podem ser desprezadas, em função das candidaturas já conhecidas ao sufrágio de 25 de outubro.


Na Luz, esta sexta-feira, houve apenas futebol. Não houve oposição, não houve promessas, não houve política, houve futebol, mas pouco, por parte da equipa encarnada, que jogou praticamente 60 minutos contra 10 e não conseguiu ganhar ao Santa Clara.


O erro de Otamendi em cima do apito final, corte falhado clamorosamente pelo argentino que deixou Vinícius Lopes em posição privilegiada para marcar e fazer o 1-1, poderia ter dividido os críticos e as críticas, mas não. Não foi o argentino o alvo preferencial dos benfiquistas descontentes na Luz.


Ao intervalo, com 0-0, já se ouviam assobios, embora tímidos, para a equipa e para o treinador. Na segunda parte, voltaram, ainda tímidos. No final, porém, a vaia foi estrondosa. Não foi para Otamendi, foi para a equipa e garantidamente para Bruno Lage. É percetível, e audível, quando o técnico abandona o relvado, mesmo com a equipa de arbitragem de João Pinheiro nas proximidades, que as pessoas estavam zangadas.


A qualidade do futebol do Benfica está em causa desde a temporada passada, mesmo com a equipa na luta pelo título até ao fim.


A entrada em cena na presente temporada não era fácil, mas o técnico venceu a Supertaça, conduziu a e quipa à fase de liga da Liga dos Campeões e superou todos os duelos de campeonato, mas nem isso foi suficiente para aumentar o capital de confiança.


Ao primeiro abrandamento, contestação a sério. O futebol que Bruno Lage defende para o Benfica não agrada a muitos e só as vitórias calam as críticas. Quando a equipa não ganha, logo há manifestações. Os benfiquistas defendem um Benfica mais ofensivo, dominador e criativo, como o de Roger Schmidt em 2022/2023.


As explicações do treinador — jogar à sexta-feira, falta de tempo para treinar, jogadores que mal se conhecem em treino e jogo — também não colhem simpatia.


No final, tensão elevada, ao ponto de sobrar para Rui Costa, presidente e candidato à presidência, cujo sucesso nas eleições poderá estar intimamente ligado ao êxito da equipa de futebol.


Basta passar os olhos pelas redes sociais ou, em concreto, pela conta oficial do clube no Instagram, para perceber que o empate tem consequências para equipa e jogadores, mas sobretudo para Bruno Lage e Rui Costa, ao ponto de o Benfica não poder defraudar expectativas esta terça-feira, no jogo da Liga dos Campeões com o Qarabag, na Luz.


O cartão amarelo foi mostrado e o Benfica de Bruno Lage só poderá limpar este amarelo jogando bem e vencendo. Qualquer outra coisa poderá acarretar consequências e deixar treinador e presidente numa situação delicada e à mercê da oposição, que, então sim, entraria certamente em campo.

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