Treinador do Famalicão dá conta da dimensão dos leões, juntando, neste lote, Benfica, FC Porto e SC Braga, mas salienta que «os meninos da Vila» estão prontos para responder ao desafio. O elogio ao que Rodrigo Pinheiro disse em entrevista a A BOLA e o reforço da importância dos adeptos
O Famalicão recebe, este sábado (20h30), o Sporting, em partida da 5.ª jornada da Liga, e Hugo Oliveira não se mostrou minimamente preocupado em atribuir o favoritismo aos bicampeões nacionais. Mas do outro lado estará uma equipa de grande qualidade e que promete tudo fazer para que os três pontos fiquem no Minho.
O técnico dos famalicenses voltou a deixar bem presente que tem um discurso realista, nomeadamente quando em discussão está uma partida diante de uma equipa de alto gabarito, pelo que Hugo Oliveira abriu as portas à dimensão do Sporting, dizendo que os verdes e brancos, à imagem de resto, do que acontece com Benfica, FC Porto e SC Braga, são favoritos em qualquer jogo que realizem. Mas isso, sublinha, não é, por si só, sinónimo de vitória. Até porque o Famalicão já deu muitas provas de que consegue bater-se de frente com qualquer oponente.
«Acho que vai ser um jogo extremamente competitivo e difícil para as duas equipas, mas será, certamente, mais difícil para o Famalicão porque vai jogar contra o bicampeão nacional. Uma equipa muito forte, que já o era, mas que este ano desenvolveu o seu plantel. Temos de ser honestos e sérios e dizer que os plantéis dos quatro grandes em Portugal estão muito mais fortes do que estavam no passado. O Sporting vai chegar a Famalicão com o intuito de ganhar e na minha obrigação terá obrigação de ganhar. Mas vai jogar contra um Famalicão que tem vindo a demonstrar a sua ideia de jogo, a sua capacidade de trabalho, e que com o apoio dos nossos adeptos seremos extremamente competitivos. Este grupo tem qualidade e em todos os jogos quer colocar a sua ideia e luta para ganhar», começou por dizer, na conferência de Imprensa realizada ao início da tarde desta sexta-feira.
Hugo Oliveira aprofundou a sua ideia sobre o adversário de amanhã e reforçou que os seus jogadores são fiéis a um processo que, bem colocado em prática, como tem acontecido, dá frutos. Para tal, o técnico acercou-se da recente entrevista dada por Rodrigo Pinheiro a A BOLA, na qual o jovem lateral-direito dava conta da importância do jogo coletivo que faz parte da matriz do Famalicão.
«O Sporting é forte na forma como caminha para o golo e isso cria muitas dificuldades aos adversários. Os jogadores contratados foram de encontro às ideias do seu treinador. Por isso digo que a diferença dos plantéis das equipas dos grandes faz com que sejam favoritos em todos os jogos. Mas não serão favas contadas, porque o Sporting vai jogar num estádio muito difícil, contra uma equipa que normalmente joga com mais um jogador do que o adversário. Temos meninos que gostam de mostrar as nossas ideias e o seu talento individual. Nós somos uma equipa que olha para todos os adversários olhos nos olhos. Temos uma ideia de jogo extremamente ofensiva, mas porque queremos jogar e ter a bola teremos de defender e recuperar a posse o mais rapidamente possível. Desde que cá estamos, o número de golos marcados é bastante positivo. Somos uma equipa coletiva. O Rodrigo Pinheiro dizia numa entrevista esta semana [a A BOLA] que parte da nossa força é que o avançado é o primeiro a defender e que o guarda-redes é o primeiro a jogar. Isto é o orgulho de um treinador que sabe que jogamos do ponto de vista coletivo e que essa é a nossa maior força. Amanhã não pode ser nada mais do que chegarmos ao jogo e sermos iguais a nós próprios. É assim que têm de ser sempre os meninos de Vila Nova», assumiu.
A finalizar, o líder máximo do balneário dos azuis e brancos do Minho foi instado a pronunciar-se sobre os vários atletas do Famalicão que nos últimos dias estiveram ao serviço das respetivas soluções, sendo que a resposta teve também algum humor à mistura: «A maior parte veio de Easy Jet, não temos charters [risos]. Mas temos um plantel extremamente competitivo, com jogadores de caraterísticas que vão ao encontro do projeto do clube. Quem esteve nas seleções chegou cansado, mas cheio de vontade para competir.»