Presidente dos leões diz que um dos objetivos é consolidar posição e imagem
Em vésperas de estreia na fase de liga da Champions League, o presidente do Sporting Frederico Varandas concedeu uma entrevista à prestigiada revista alemã Kicker, que dedica uma edição especial à época 2025/26 da prova. O jornalista questionou o líder leonino sobre a ideia prevalecente a nível internacional. «De facto, desde o início dos anos 80 até ao nosso início em 2018, o Sporting ganhou pouco em comparação com os nossos rivais. Tenho 45 anos e pertenço à geração que mais sofreu com isso. Até me tornar presidente, como adepto, só tinha celebrado dois títulos de campeão, em 2000 e 2002», adiantou.
O cenário acabou por mudar desde que Varandas se sentou na cadeira do poder em Alvalade, em setembro de 2018. Daí para cá, três Ligas e mais seis troféus que o tornam o presidente mais titulado do clube de Alvalade. «Foi precisamente essa ambição que me levou a querer dirigir o clube. Prometi a mim mesmo que as gerações mais jovens não deveriam passar pelo que a minha geração passou. Por isso compreendemos essa perceção externa do Sporting. É factual. Mas também é um facto que conseguimos inverter essa perceção. Hoje, o Sporting é líder em Portugal. Não tenho dúvidas de que a perceção de 'terceiro grande' pertence ao passado», garantiu.
O antigo diretor clínico foi eleito sob o lema Unir o Sporting. E apesar dos primeiros tempos terem sido difíceis, houve um trabalho que de ser feito. «Não tenho dúvida alguma que uma das razões do insucesso do Sporting durante quatro décadas foi a instabilidade interna. Por isso, nos primeiros dois anos da nossa presidência, arrumámos a casa e criámos as bases para o sucesso que se seguiu», historiou. E a situação mudou mesmo? «Quando tomámos posse o clube estava no pior momento da sua história. Não vencia o campeonato há 17 anos, por causa do ataque à Academia, em maio de 2018, os nossos melhores jogadores tinham rescindido e não tínhamos sequer dinheiro suficiente para pagar os impostos no final do ano. Foi preciso começar do zero. Hoje reconquistámos o prestígio e a imagem internacional, mas queremos cimentar e consolidar essa imagem de líder do futebol português», respondeu.
Foi preciso começar do zero. Hoje reconquistámos o prestígio e a imagem internacional, mas queremos cimentar e consolidar essa imagem de líder do futebol português
E Varandas está convencido de que há um caminho claro para alcançar esta meta: «Além da participação na Liga dos Campeões, isso inclui o reforço de uma das imagens de marca do Sporting em todo o mundo: a formação de talento. Somos reconhecidamente um dos melhores clubes formadores de jogadores do mundo há mais de 40 anos. Somos o único clube no mundo que formou duas Bolas de Ouro — Luís Figo e Cristiano Ronaldo.»
O principal embaixador da formação leonina é, sem dúvida, Cristiano Ronaldo. Mas Varandas não alimenta ilusões quanto à possibilidade de CR7 voltar a vestir um dia a listada verde e branca .«Ele já disse publicamente que não quer voltar a jogar futebol em Portugal. Cristiano é um símbolo de excelência e trabalho árduo, representando o espírito do nosso clube. Acredito que Ronaldo não só abre portas em termos de visibilidade, mas também reforça a nossa identidade e a nossa marca no cenário internacional. Fará sempre parte da história do Sporting. Será sempre uma referência e um embaixador do clube», concluiu.

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