Candidato apresentou programa para o clube e há matéria para toda a gente; Frederico Varandas teve resposta curta, mas teve
João Noronha Lopes, candidato à presidência do Benfica, apresentou esta quarta-feira, em Lisboa, o seu programa para o clube. Um documento extenso, marcado pelas ideias principais que têm marcado a campanha, como a transparência ou a reorganização do modelo e estratégia do futebol, mas muito mais. O dia 25 de janeiro, por exemplo, passa a ser o dia de Eusébio, o «dia de celebrar o rei».
Os jogadores, inclusivamente, também terão de mudar. «Aprendizagem da Língua Portuguesa» e uma «Nova estratégia de comunicação para jogadores» são pontos anunciados.
No capítulo da «Transparência, Rigor e Ambição na Gestão» há referência a «Registo Criminal e de Incompatibilidades dos Órgãos Sociais e Dirigentes», assim como «Redução de Custos na Contratação de Fornecedores», «Reforçar a Transparência nas Decisões de Investimento» e «Transparência em relação às atividades e negócios das entidades participadas».
Há referência alargada ao recurso à «Inteligência Artificial ao Serviço do Benfica», que pode ser inclusivamente aplicada na análise de jogadores, como explicou Nuno Gomes, vice-presidente para o futebol, e também aparece a «Viabilização da Venda de Bebidas com Teor Alcoólico no Estádio da Luz», que representa a entrada de uma receita importante nas contas.
«Liderar a Reformulação do Futebol Português» é também ponto relevante: «Potenciar o Espetáculo Através de Medidas Fiscais»; «Ação junto das entidades tutelares para reformulação dos quadros competitivos»; «Mais transparência e regulação nos intermediários/agentes»; «Ação junto das entidades tutelares para acesso atempado a todos os áudios VAR».
Não menos importante é a posição em relação ao investimento estrangeiro: «Recusar Alienação de Controlo da Benfica, SAD.»
João Noronha Lopes foi o primeiro e o último a falar — pelo meio cinco vice-presidentes revelaram ideias mestras para as suas áreas (Raquel Vaz Pinto no Associativismo, Nuno Gomes no Futebol, Felipe Gomes nas Modalidades, José Theotónio na Área Financeira, Luís Pedro Duarte na Tecnologia e Estratégia) — e mostrou-se recetivo a acolher «boas ideias» de outros candidatos, pois «o Benfica está acima de tudo».
Noronha Lopes revelou que «não há desenvolvimentos» no processo de Bernardo Silva e dedicou a atenção às eleições: «É bom programa e boa equipa e fiz apelo para que fosse campanha sem ataques pessoais. Os benfiquistas estão cansados do passado e estão cansados de alguém que está sempre a justificar-se ou a desculpar-se de tudo o que fez ou não devia ter feito. Queremos um Benfica transparente, ambicioso e vencedor.»
O candidato afastou-se ainda de palavras de Frederico Varandas sobre o Benfica — «Não vou comentar, acho que tem muitas coisas com que se preocupar no Sporting» — e não está a pensar ser o pacificador do futebol português: «Vou defender os interesses do Benfica.»
«Ética, boa governança e transparência, não só dizer que se tem», foram palavras de José Theotónio, vice-presidente financeiro, que quer fazer melhor do que Rui Costa no passivo. Garante que é possível baixar mais do que os €100 M prometidos pelo recandidato e atual presidente, em entrevista a A BOLA: «É! Foi o que o passivo aumentou nos últimos quatro anos. Portanto, se fizermos uma melhor gestão, nomeadamente na gestão desportiva, porque muitas das receitas dependem da gestão desportiva, então aí vamos conseguir baixar desses €100 milhões.»
O Benfica District terá os dias contados: «Do projeto conhece-se pouco. Se esta Direção for eleita, o nosso presidente já disse o que iria fazer. Já temos o estudo inicial feito sobre aquilo que é o aumentar o estádio para 83 mil lugares.»
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