Ao cabo de seis jogos disputados, o treinador dos dragões já utilizou 23 jogadores, dos quais só Alarcón participou em apenas um encontro. No Ajax, nunca repetiu o onze em microciclos com jogos europeus
A ideia tem vindo a ser repetida por Francesco Farioli com regularidade e, após a vitória em Vila do Conde, o treinador do FC Porto reforçou-a: todos os elementos do plantel terão, a seu tempo, a oportunidade de jogar. «Vamos precisar de toda a gente devido a algumas lesões que sofremos e, com os muitos jogos que vamos ter, toda a gente terá um papel importante», afirmou o italiano, em resposta a uma questão sobre a troca de Rodrigo Mora por Gabri Veiga no onze apresentado frente ao Rio Ave.
Mas palavras leva-as o vento e o técnico dos azuis e brancos, sem querer incorrer nesse chavão, tem sustentado o discurso assumido com ações. Os números não mentem: com apenas seis jogos disputados, Farioli já utilizou 23 jogadores.
Cingindo a amostra aos elementos efetivos do plantel principal, só os guarda-redes Cláudio Ramos, João Costa e Diogo Fernandes e o médio Tomás Pérez não somaram qualquer minuto. A juntar a isto, Alarcón, o mais recente estreante, e Martim Fernandes (lesionado) foram os únicos que participaram em apenas uma partida, o que significa que as apostas do homem do leme portista não são meros frutos do acaso. Até Zé Pedro, que saiu entretanto, atuou em dois desafios.
A vaga de lesões que tem afetado os dragões contribuiu, claro está, para este cenário, mas a verdade é que, forçado ou não, Farioli tem promovido uma espécie de democracia na utilização. E, com o calendário a apertar, adivinham-se mais estreias a curto prazo. A exemplo de Alarcón, nomes como Pedro Lima, Gabriel Brás e Karamoh, no limbo entre equipas A e B, podem juntar-se à lista em breve, até porque o histórico do treinador neste aspeto fala por si...
Mudanças nos microciclos com o Ajax
Farioli fez a estreia nas provas europeias na época transata, ao serviço do Ajax, precisamente na Liga Europa. A equipa de Amesterdão tombou nos oitavos de final e, se a participação não foi brilhante, deu, pelo menos, para fazer uma espécie de raio-X à gestão do treinador italiano perante uma agenda de jogos bastante densa.
A BOLA recolheu os dados e concluiu que, de um jogo para o outro, Farioli nunca repetiu o onze inicial nos microciclos que três partidas que envolveram um compromisso europeu. Salta à vista, aliás, a revolução que o treinador promoveu entre o duelo do Ajax com o Qarabag e o encontro seguinte, ante o Willem II, em outubro: mudou 10 jogadores! Por outro lado, a defesa foi o setor que, de uns jogos para os outros, se foi mantendo mais estável. Uma nota final: Farioli utilizou um total de 39 jogadores em 2024/25.
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